We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Vida de Besta

by Hugo Vieira Costa

supported by
/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      €4 EUR  or more

     

1.
Esta Gente 01:16
ESTA GENTE de Hugo V. Costa Que gente é esta? Que povo é este? Não faz nada só trabalha diz mal de tudo só atrapalha Que gente esta! Que povo este! Gente triste tristemente abandonada à mesma gente Revoltada, sangue quente Triste sina traste gente Sem dinheiro sem bilhete engolindo facilmente o que custa a tanta gente sem desculpa para a culpa que, afinal, diz que não sente Gente fina traste gente Sangue quente ò quente gente Gente dócil gente fóssil àgua mole em pedra dura gente escrava gente escura a gente falha a gente fura a gente enverga a cornadura a gente aguenta a ditadura a gente come a gente cala não reclama ou se reclama a gente grita como fala Mas a gente não fala a gente declama a gente passa a Taprobana. a gente discursa a gente proclama: que é difícil, que é injusto que é suplício que é corrupto é ladrão é cabrão é fodido é lixado é tramado para esta gente ter tanto mar e um mar de gente sempre pronta a tramar a gente Mas a gente deixa a gente aguenta fecha os olhos olha para o lado assobia uma cantiga e faz de conta que não é com a gente Que gente é esta? Que povo é este? Já nada resta já nem se sente Vida de besta e um ar de gente
2.
3.
GATINHO PRETO de Hugo V. Costa Minha Moreninha, Pequenina, És o meu gatinho preto. És a minha paixão de gatinha e eu sou o teu gatão. Adoro as tuas patinhas, O teu pelo E o teu olhar, Com aquele ar de gatinho Que é tão difícil não gostar. Na noite escura e vadia Encontrei-te a passear. Levei-te para casa, gatinho, Tratei de te alimentar. Disseste ‘obrigada’, Gatinho, Que me amavas, Que eu era teu. E eu, Armado em gatinho. Deixei tudo o que era meu. E na nossa cama, Gatinho. Juraste não me deixar. Mas eu desconfiava, gatinho. Um gato é sempre de desconfiar. Pois nesse dia, gatinho, Em que me deixaste A miar, Senti-me como um ratinho Que criaste, para almoçar. Mas eu juro, Gatinho; Eu tinha, Gatinho; Eu tinha a certeza – Sabia que um dia viria E eu, Gatinho, Diria: Voa, gatinho, Voa, Com asas de cotovia.
4.
5.
O BANQUEIRO INQUIETO de Hugo V. Costa Vamos então por aí Ser ideia que se esvai Que mais resta nesta festa que o tanto tempo que nos resta O teu fado alimentar é um salário modesto Um rectângulo microscópico que eu contemplo p’la manhã As secretárias, nos elevadores, cumprimentam os estupores que lhes lambem o soutien E o sol lá fora diz-me: é hora de ligar para a mamã Vamos então, por aí, calcular o mal parado Que a manada mal parida gasta tudo de assentada O teu fado alimentar é uma pequena casa arrendada Um rectângulo triste, obtuso, que me sabe a entremeada As secretárias dos directores cumprimentam os estupores da comitiva alemã E o sol lá fora diz-me: é hora do meu café da manhã Vamos indo, tu e eu, eu deste lado e tu daí Só nos resta a indiferença dessas cartas que eu escrevi O teu fado alimentar, num plano mais abrangente, É só um rectângulo vermelho, que às vezes me põe doente As secretárias, nos corredores, cumprimentam os superiores que lhes chupam o pescoço E o sol lá fora diz-me: é hora de ir aquecer o almoço Vamos lá, vamos lá, será tão mau assim, Porque choras a demora dos juros do festim? O teu fado alimentar, o teu esforço e sofrimento, são um rectângulo minúsculo que me serve de alimento As secretárias, nas reuniões, coram por todos os cabrões que lhes arrancam os embriões E o sol lá fora diz-me: é hora de coçar os meus colhões Vamos então por aí, Cada qual igual a si Todo o tempo que eu te dei foi só tempo que eu perdi O teu fado alimentar, o teu tanto para nada É uma espinha de bacalhau na minha noite de Consoada As secretárias picam o ponto E eu despeço-me deste dia O sol lá fora diz-me: é hora de arrumar a cobardia
6.
Malandros 00:21
7.
A Pior Dor 00:19
8.
College Road 00:16

about

8 Mulheres e 1/2 , o novo livro de Hugo Vieira Costa já se encontra disponível na:
Fnac: www.fnac.pt/8-Mulheres-e-1-2-Hugo-Vieira-Costa/a6369717
Wook: www.wook.pt/livro/8-mulheres-e-1-2-hugo-vieira-costa/22448641
Bertrand: www.bertrand.pt/livro/8-mulheres-e-1-2-hugo-vieira-costa/22448641
Almedina: www.almedina.net/product_info.php?products_id=48913

Esta Gente - poema no Youtube c/ música de Carlos Paredes : www.youtube.com/watch?v=jT-UY9KEp6k

O Livro do Ano - poema no Youtube www.facebook.com/aEsferadosLivros/videos/2023941764393239/

credits

released September 7, 2018

Texto: Hugo Vieira Costa
Som: Pedro Madeira

license

all rights reserved

tags

about

Hugo Vieira Costa Lisbon, Portugal

Músico, letrista, membro do grupo Indie Pop português Montanha Mágica e dos Líderes da Nova Mensagem - uma das bandas pioneiras do Hip Hop em Portugal, integrantes da histórica colectânea “Rapública” (Sony Music, 1995). Editou dois livros: o thriller “A Corporação Invisível” (Esfera dos Livros, 2016) e a colectânea de contos “8 Mulheres e ½” (Esfera dos Livros, 2018). ... more

contact / help

Contact Hugo Vieira Costa

Streaming and
Download help

Report this album or account